Em sua maioria, os instrumentos de percussão são mais simples e artesanais, são os mais antigos que existem, cuja função é enriquecer o contexto musical das músicas populares e Orquestras Sinfônicas, devido à variedade de sons que oferecem. Sua produção sonora vai desde o mais simples ataque à “raspagem” e agitação do instrumento.
O papel do percussionista é o de conferir textura rítmica às músicas – ou seja, mantendo o ritmo, mas caracterizando, tornando a música única. A variedade de instrumentos de percussão é imensa, e as possibilidades de combinação entre eles é praticamente infinita – cabendo ao músico a criatividade e talento para combiná-los.
Presente nas World Musics, New Waves, músicas populares e até mesmo eletrônicas, a percussão não tem limites estabelecidos, atingindo tanto o contexto rítmico quanto o harmônico (como no caso dos xilofones e sinos). Para efeito de visualização, listei abaixo alguns itens desse universo musical da percussão. A maioria dos listados são de fabricação puramente artesanal, por ser uma tradição do mundo da percussão. Confira:
Bongô (Tambor)
Também originário de Cuba, os bongos são dois tambores conectados, de forma cônica, numa estrutura de várias peças que formam algo semelhante a um barril, ou até corpos inteiriços, feitos de cabaça. Possui o tambor chamado “fêmea” (mais agudo) e o “macho” (mais grave). As peles mais utilizadas são as de gado ou de cabra. Seu timbre varia com a forma de ataque, sendo um timbre mais abafado com a palma da mão ou mais brilhante com a ponta dos dedos. Junto com as congas, compõem a textura sonora do merengue, da salsa e da conga – tradicionalmente latinos.
Reco-reco (Raspado)
Instrumento latino mais comum de raspagem, o reco-reco possui duas versões, sendo a brasileira feita de aço, e a latina geral, feita de madeira, cabaça ou bambu. De construção simples, é o instrumento mais comum para o acompanhando da maioria das músicas, da latina às étnicas, do samba ao mpb. Na versão brasileira, é feita com molas de aço esticadas, onde é possível utilizar-se da reverberação prolongada nas molas após a fricção ou abafá-las com a mão que segura o instrumento.
Caxixi (Agitado)
O caxixi é um instrumento completamente artesanal, como um chocalho, porém com uma estrutura que permite o percussionista tocá-lo em segundo plano, junto com demais instrumentos. No caso da capoeira, ele é segurado pelo tocador de berimbau. Pode ser simples, duplo ou triplo, dependendo do contexto. A versão tripla é mais usada em manifestações ritualísticas dos africanos, garantindo maior sustain nessa versão. Há quem use o caxixi acompanhado de uma vareta, esta dando pancadas no seu corpo.
Berimbau (Impacto)
Instrumento de origem angolana, o berimbau é relativamente complexo, sendo composto de um bambu (ou madeira) envergado por um arame, com uma cabaça – sua caixa de ressonância – na extremidade inferior. O instrumentista usa uma vara para dar o “tom positivo” e uma pedra, que encostada no arame, da o “tom negativo” – é um instrumento ditônico. O instrumentista também usa o caxixi, para abrilhantar o som. É principalmente usado na capoeira, pelo mestre da cerimônia que conduz a catada. Mas nada impede de usá-lo em outros contextos!
Triângulo (Impacto)
Instrumento de origem portuguesa, o triângulo possui a forma de um isósceles, e é comumente composto por ferro ou aço, podendo ser encontrado também em alumínio (menos duráveis). Seu timbres é brilhante, e é obtido mediante constante movimento do bastão por dentro do instrumento, contando com artifícios que mudam seu som, como a variação na pressão da mão que o segura. É muito usado em ritmos regionais, como o forró, o xaxado, o xote e etc.
Pandeiro (Impacto)
Instrumento de origem indefinida, estando presente na Ásia, África e Europa. Sua estrutura não possui uma caixa de ressonância, sendo apenas uma pele esticada sobre o aro, podendo ser de madeira ou de metal. Sua forma é circular ou meia-lua. Seu som é obtido mediante brandimento do instrumento, fazendo um som constante, ou pela percussão dos dedos e da mão. Apesar de simples, seu timbre é rico, pois mistura o brilho das soalhas (placas de metal) com a pele, podendo esta ser couro ou sintética.
A-gô-gô (Impacto)
Instrumento de xilopercussão não temperado, com dois ou mais tons, originário da África, é basicamente dois funis de ferro de tamanhos diferentes conectados. Seu timbre possui pouco sustain e brilho, apesar do som metálico. Seu som é feito mediante percussão de uma baqueta nas campânulas. Tradicionalmente é usado no samba e nas bandas marciais, mas também marca presença nas rodas de capoeira e no candomblé.
- Sofia